sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"Era uma vez uma menina que cresceu e virou mulher. Uma noite sem horário de verão ela conheceu um rapaz que antes tinha sido um menino, mas cresceu e virou um homem, ainda bem, hoje em dia o mundo está tão sem ordem e progresso que as crianças crescem e viram qualquer coisa, até mesmo travesti. Mas o menino virou homem e é isso que importa, caso ele tivesse virado um travesti talvez nada disso aconteceria. Sim, certo que sim. Melhor dizendo, não, claro que não. Não aconteceria. De uma forma inexplicável que tentarei explicar agora eles se encontraram. Acho que não vai dar pra explicar mesmo, certas coisas tem que ficar no âmbito-two. Você conhece o âmbito-two? É assim: fica entre os dois. Vamos deixar a história, então, só para a menina que virou mulher e o menino que virou homem. Certos assuntos são particulares e não dizem respeito a ninguem mais.


Deixarei, portanto, de tentar contextualizar você. O fato é que eles se encontraram. Atrasados, sim. Cansados, sim. E da noite para o dia, sem seguir nenhum script, sem construir castelos, sem fazer planos, os planos foram feitos. Os castelos foram construídos. Os scripts foram montados. As noites e dias individuais se transformaram em noites e dias em dupla. E foi nascendo, crescendo e se desenvolvendo um sentimento importante, único, capaz de fazê-los perceber que amor é doação, liberdade, segurança, intimidade, medo, falta de medo. Amor é tudo. E tudo o que você precisa para amar de verdade é se dar conta disso. O amor verdadeiro é o sentimento mais poderoso que existe. Faz as pessoas mudarem, faz com que elas repensem a vida, faz com que elas veja a vida por um lado que é duplo. Faz com que elas pensem sempre no plural, pois agora não mais estão sós.

Quando o amor chega a gente sabe."





- Clarissa Corrêa

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